domingo, 28 de agosto de 2011

Casa Heiner


Semanas atrás me deparei com um pequeno documentário sobre residência no Rio de Janeiro. O que me encantou no projeto além do ar clean, foi a integração da casa com o exterior, visto que essa era uma das exigências feitas pelo cliente, Heiner Pflug.

Achei uma matéria no site da casa abril que traz informações interessantes sobre o processo de construção e detalhes da casa. Aí vai:


Recém-chegado de uma viagem de mais de um mês pelo Norte do país, Heiner Pflug já planeja a próxima aventura. Em alguns meses deve cruzar a África de moto ou velejar pelo Caribe. Entre um destino e outro, este alemão que elegeu o Brasil como morada há dez anos curte o seu porto seguro: a casa erguida em 1998 no alto de um morro, no Rio de Janeiro. "Aqui tenho o mar sempre à vista", conta elogiando. "Diante dele, me sinto livre, sem limites, como nas minhas viagens de barco e de moto." Quando Heiner diz que o horizonte pode ser visto de qualquer canto da casa, não está exagerando. "Até do banheiro admiro 'a' mar", diz brincando o proprietário.

De dia, céu e mar tingem o interior de azul. O sol circula livre nos ambientes, refrescados pela brisa. De noite, tanto vidro vira um espelho para as luzes da cidade. A completa integração da casa com o entorno é fruto da ousadia de Cláudio Bernardes (1949-2001) e seu parceiro no projeto, o arquiteto Paulo Jacobsen (que hoje divide escritório com Thiago Bernardes, filho de Cláudio). Para favorecer a paisagem, eles substituíram as paredes - e até parte do telhado - por esquadrias de vidro. Apenas as áreas com chuveiro e vaso sanitário receberam alvenaria. "Com linhas retas e limpas, a estrutura metálica interfere o mínimo na vista", analisa Paulo.

A transparência tem uma desvantagem: a falta de privacidade no interior. Mas para Heiner, que mora sozinho, isso não é problema. "Recebo muitos amigos e a integração dos espaços favorece a convivência. Quando quero me isolar no quarto, só preciso descer as persianas", diz ele, que participou de todo o projeto, da definição do desenho das esquadrias à escolha dos acabamentos. Para evitar imprevistos na construção, Heiner contou com a consultoria da amiga e arquiteta Aline Bressane e contratou uma construtora de confiança. "Como o projeto não segue padrões tradicionais, a execução foi desafiante", lembra Aline. "Cada detalhe exigia soluções inovadoras."

Foi assim com as instalações elétricas e hidráulicas. Com exceção de banheiros e cozinha, não havia paredes por onde passar as tubulações. Seguindo a proposta minimalista da casa, o proprietário não quis encanamentos aparentes. "Para a fiação, criamos dutos discretos paralelos às vigas. As tomadas ficaram no chão", explica o engenheiro Luiz Rios. Canos ocultos nas quatro colunas das extremidades da construção conduzem a água da chuva.

Novos desafios surgiram na montagem do telhado: foi preciso desenvolver calhas especiais que também servissem de vigas. Telhas de alumínio com recheio de poliuretano favorecem o conforto térmico e acústico. Ainda assim, quando a chuva é forte, o barulho toma conta do espaço. "Na verdade, acho uma delícia. Bom motivo para ficar em silêncio e ouvir a natureza", diz Heiner.


Fonte: http://casa.abril.com.br/arquitetura/livre/edicoes/0197/casas/mt_84358.shtml

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