domingo, 5 de fevereiro de 2012

Algo que me preocupa é a visão de alguns estudantes de arquitetura que convivo. Uma visão fechada herdada do comportamento e interesses dos profissionais da cidade onde moro. Não julgo, e admito que darei minha opinião embasada apenas no que observo no mercado de arquitetura e construção por aqui.

Moro em uma pequena cidade que se acha grande, consequentemente, há um grande aglomerado de mentes pequenas que também se acham grandes, e por isso, ainda vivem presas às futilidades e aparências, tentando de todo modo chamar atenção de todos para sua ''capacidade''.

O que vejo aqui é a preocupação exacerbada em beleza e glamour. Nesse contexto, papel do arquiteto é reproduzir luxo e grandiosidade para o refúgio e exposição dessas pequenas mentes orgulhosas. Dessa forma, se vive um boom de condomínios horizontais luxuosos que brigam de terreno e terreno pela estética mais luxuosa entre as casas de seus moradores, condomínios verticais que pregam status e só depois algum conforto, e cada vez mais, eu vejo a arquitetura se tornar uma forma de construir verdadeiros enfeites de luxo para exibição nessa pequena sociedade onde vivo.

Como estudante de arquitetura, eu não consigo entender aonde foram parar tantos conceitos essenciais em que temos contato durante o curso. Onde está a sustentabilidade? onde está a preocupação com a cidade, já que se é bacharelado em Arquitetura E URBANISMO?
Onde está o funcional lidando lado a lado com o estético? Quem vai emergir essas preocupações na sociedade senão o próprio profissional? Parece que a arquitetura por aqui se transformou em uma loja de artigos de grife, onde a preocupação resume-se apenas com a beleza e a moda. Arquitetura virou apenas status.

Como falei que não ia julgar ninguém, apenas expresso que esse lado mercadológico da profissão não me desperta nenhum interesse, apenas algumas indagações e contestações. E, como estudante, eu espero levar essa opinião para a vida profissional.
Quero poder me tornar uma profissional que enxerga a arquitetura e o urbanismo como chaves belíssimas para mudar realidades deprimentes em que somos obrigados a lidar atualmente. Vejo como uma ferramenta com um alto potencial de contribuir positivamente com a sociedade e o planeta em que vivemos. E é isso que me empolga nessa profissão: a possibilidade de servir, de mudar, pouco a pouco, mentes e atitudes.

A revolução que a Arquitetura e o Urbanismo são capazes de fazer, em minha opinião, vai muito além da fachada e do interior de um lar, são capazes de fazer a revolução humana, e isso, meu amigo, é mais valioso que o preço de qualquer projeto.

domingo, 28 de agosto de 2011

Casa Heiner


Semanas atrás me deparei com um pequeno documentário sobre residência no Rio de Janeiro. O que me encantou no projeto além do ar clean, foi a integração da casa com o exterior, visto que essa era uma das exigências feitas pelo cliente, Heiner Pflug.

Achei uma matéria no site da casa abril que traz informações interessantes sobre o processo de construção e detalhes da casa. Aí vai:


Recém-chegado de uma viagem de mais de um mês pelo Norte do país, Heiner Pflug já planeja a próxima aventura. Em alguns meses deve cruzar a África de moto ou velejar pelo Caribe. Entre um destino e outro, este alemão que elegeu o Brasil como morada há dez anos curte o seu porto seguro: a casa erguida em 1998 no alto de um morro, no Rio de Janeiro. "Aqui tenho o mar sempre à vista", conta elogiando. "Diante dele, me sinto livre, sem limites, como nas minhas viagens de barco e de moto." Quando Heiner diz que o horizonte pode ser visto de qualquer canto da casa, não está exagerando. "Até do banheiro admiro 'a' mar", diz brincando o proprietário.

De dia, céu e mar tingem o interior de azul. O sol circula livre nos ambientes, refrescados pela brisa. De noite, tanto vidro vira um espelho para as luzes da cidade. A completa integração da casa com o entorno é fruto da ousadia de Cláudio Bernardes (1949-2001) e seu parceiro no projeto, o arquiteto Paulo Jacobsen (que hoje divide escritório com Thiago Bernardes, filho de Cláudio). Para favorecer a paisagem, eles substituíram as paredes - e até parte do telhado - por esquadrias de vidro. Apenas as áreas com chuveiro e vaso sanitário receberam alvenaria. "Com linhas retas e limpas, a estrutura metálica interfere o mínimo na vista", analisa Paulo.

A transparência tem uma desvantagem: a falta de privacidade no interior. Mas para Heiner, que mora sozinho, isso não é problema. "Recebo muitos amigos e a integração dos espaços favorece a convivência. Quando quero me isolar no quarto, só preciso descer as persianas", diz ele, que participou de todo o projeto, da definição do desenho das esquadrias à escolha dos acabamentos. Para evitar imprevistos na construção, Heiner contou com a consultoria da amiga e arquiteta Aline Bressane e contratou uma construtora de confiança. "Como o projeto não segue padrões tradicionais, a execução foi desafiante", lembra Aline. "Cada detalhe exigia soluções inovadoras."

Foi assim com as instalações elétricas e hidráulicas. Com exceção de banheiros e cozinha, não havia paredes por onde passar as tubulações. Seguindo a proposta minimalista da casa, o proprietário não quis encanamentos aparentes. "Para a fiação, criamos dutos discretos paralelos às vigas. As tomadas ficaram no chão", explica o engenheiro Luiz Rios. Canos ocultos nas quatro colunas das extremidades da construção conduzem a água da chuva.

Novos desafios surgiram na montagem do telhado: foi preciso desenvolver calhas especiais que também servissem de vigas. Telhas de alumínio com recheio de poliuretano favorecem o conforto térmico e acústico. Ainda assim, quando a chuva é forte, o barulho toma conta do espaço. "Na verdade, acho uma delícia. Bom motivo para ficar em silêncio e ouvir a natureza", diz Heiner.


Fonte: http://casa.abril.com.br/arquitetura/livre/edicoes/0197/casas/mt_84358.shtml

domingo, 7 de agosto de 2011

El Tubo Bar

Projetos de bares e lounges são coisas que sempre me despertaram interesse. Ao procurar saber mais sobre Felipe Assadi, o que me chamou atenção de cara foi o seu projeto com Franciesca Pulido ''El Tubo Bar''.


O espaço era um prédio abandonado, por volta de 1820. O ambiente é branco e minimalista, assim como também o mobiliário, incluindo pratos e utensílios, o que acaba gerando uma identidade única do ambiente.

Existem também perfurações na parede de onde sai uma iluminação violeta que permeia suavemente o local. O material utilizado foi aço, placas de gesso e mdf envernizado com pintura epóxi branca brilhante.

Não consegui maiores detalhes sobre o ambiente, mas na minha opinião esse bar deveria estar presente no livro Espacios Chill Out, de Ana G. Cañizares. O que me dá a idéia de escrever mais sobre esse estilo tão pouco conhecido que é o chill out. Ficará para o próximo post.


Fonte: http://www.designatento.com/arquitetura-e-interiores/interiores/el-tubo-ambiente-fantastico.html


sábado, 6 de agosto de 2011

Felipe Assadi

Felipe Assadi é um arquiteto Chileno que descobri há pouco tempo e que me despertou grande interesse. A primeira obra de Assadi que vi (e talvez a mais famosa) foi a Calera de Tango, conhecida também como Schimitz Country House, uma casa que consegue integrar-se à paisagem, nascida da criatividade e dotada de soluções funcionais.


Achei a idéia da casa incrível, e como descobri através de um programa da Discovery T&L, pude acompanhar os argumentos do arquiteto e dos proprietários, entendendo que além de uma estética fantástica, a casa também atende todas as necessidades funcionais ligadas às exigências dos Schimitz.


Quem quiser saber mais sobre a Calera de tango, fica a dica:
http://europaconcorsi.com/projects/17183-Schmitz-House